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Mostrando postagens de 2016

O engodo das 12 horas

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Na semana passada, estava esperando pelo ônibus na rodoviária e assistindo o jornal Hoje, da Globo. Foi noticiado que o governo (ilegítimo) Temer estava preparando uma proposta de reforma trabalhista que ampliaria a jornada de trabalho para 12 horas, o que seria para "combater o desemprego". A justificativa me pareceu tão implausível quanto a proposta. E a reação dos motoristas de ônibus que ali estavam também foi de profunda indignação. Hoje assisti um vídeo em que Michel Temer, diante da péssima repercussão (o que ele esperava?), diz que tudo foi um boato e se prepõe a esclarecer a sua proposta. Ele coloca dois cenários. No primeiro, trabalha-se quatro dias por semana e folga-se três. No segundo cenário, além do primeiro emprego - trabalhando quatro dias de 12 horas e folgando três - o(a) trabalhador(a) acumula um segundo emprego. Analisemos, pois, as propostas de Temer. No regime da CLT atual, a jornada máxima de trabalho é de 44 horas semanais. Ou seja, trabalha-s...

Maria Helena e os operários da construção civil

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Remexendo nos arquivos empoeirados da minha conta de email, eis que encontro algo interessante. Trata-se da prova de Economia Marxista I, disciplina que em 2007 era conduzida pelo professor Idaleto Malvezzi Aued. Durante a disciplina, estudamos o tomo I de O Capital. E, durante a disciplina, o professor nos ofereceu o seguinte desafio: Maria Helena e sua mãe andavam por uma rua do Centro de Florianópolis quando se depararam com um edifício em construção. À sombra de tal estrutura de concreto, as duas observam o movimento incessante de máquinas e homens no canteiro de obras. Em uma placa pregada no tapume que rodeia a obra, lê-se: XYZ Construção e Participação Ltda, Construindo o seu viver. Maria Helena, muito intrigada com tudo aquilo, pergunta a sua mãe o que aqueles homens estavam produzindo. Segue minha resposta: Tal pergunta provavelmente despertou uma série de reflexões na mãe da menina, pois ela ficou ainda longo tempo olhando para o prédio, sem dizer nenhuma palav...

Herói nacional ou bode expiatório?

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Essa charge não me pertence. Todos os direitos reservados a Leo Villanova. Joaquim José da Silva Xavier, conhecido popularmente como Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, é o motivo do feriado de hoje. 21 de abril de 1792 é a data em que foi executado. Contudo, é curioso que ele tenha sido o único integrante do movimento a ser morto, publicamente, e ter o corpo esquartejado. Os demais foram presos e posteriormente degredados. Por que Tiradentes foi o único a ser morto? E porque isso é relevante para nós, brasileiros, no século XXI? A versão tradicional da história coloca Tiradentes como um herói nacional, um visionário, alguém que, em um grande gesto de sacrifício, assumiu toda a culpa pela Inconfidência, tornando possível a clemência com os demais inconfidentes. Mas será que foi mesmo assim? A quem serve essa versão? Joaquim da Silva, quarto filho de um rico fazendeiro português chamado Domingos da Silva Xavier, ficou órfão de mãe e pai aos onze anos de idade. As propr...