Poema: Amnésia Coletiva
Amnésia coletiva (2018) Olegario da Costa Maya Neto Passo os olhos pela manchete E me sinto assombrado Pelo nosso passado Será que a história se repete? Antes eram coronéis e barões, Chicotes, escravos e grilhões, Hoje são as corporações Que fazem nossas as suas decisões. Abro o livro de História do Brasil E me pergunto: onde estará a memória Desse meu povo outrora revolto? Sumiu Perdida nas esquinas da história. Um povo sem história não é. Apenas um grupo de indivíduos Distraídos e desiludidos Que caminham sem mover o pé. Escrevi esse poema há alguns meses, nesse ano que marcou tantos retrocessos. Creio que não preciso enumerar aqui o óbvio, para isso bastam as retrospectivas do jornalismo burguês. Mas esse poema, ao mesmo tempo que era a expressão das ansiedades que inquietavam este poeta em um certo momento, também carrega um ar profético, pois, algum pouco tempo depois de escrevê-lo, recebi a notícia do incêndio do Museu Nacional. ...