A opressão na sociedade capitalista
A luta contra a opressão na sociedade capitalista
Olegário da Costa
De Campo Grande – Mato Grosso do Sul
Em matéria do Correio do Estado de 17 de dezembro de 2008, relata-se um bate-boca que houve na Câmara Municipal ontem entre vereadores evangélicos e católicos, de um lado, e movimentos sociais, do outro. Em pauta estava o projeto de lei de autoria do Vereador Athayde Nery do PMDB que visa declarar a Associação dos Travestis de Mato Grosso do Sul como instituição de utilidade pública municipal. O projeto já fora apresentado em 2006, mas foi rejeitado por maioria da Câmara. Novamente apresentado em 2007, tramita ainda sem perspectivas de um amplo debate com a sociedade.
Representantes da ATMS e de outros movimentos sociais se concentraram na Câmara para acompanhar a votação. A votação sobre o projeto foi adiada para o final da sessão. Finalmente, o vereador Pastor Sérgio(PMDB) pediu vistas ao processo, visando impedir a votação do mesmo. O autor do projeto de lei denunciou o estratagema, declarando que o pedido de vistas estava “carregado de intolerância e discriminação”. Com a troca de acusações e bate-boca, a mesa diretora da Câmara encerrou a sessão, afinal, se tem uma coisa que parlamentar tem medo é de agitação popular.
O caso dá mostras da opressão com que a sociedade burguesa trata as minorias, em particular, os travestis. Segundo artigo de Carlos Trapp(PSC) (http://www.ultimahoranews.com/not_ler.asp?codigo=64282 ), presidente do Grupo Evangélico de Ação Política, e um dos vereadores opositores ao projeto, o homossexualismo nada mais é do que “perversão sexual”. Além disso, o senhor Carlos Trapp é veemente opositor ao aborto. Ele não é o único parlamentar evangélico opositor ao projeto, há os vereadores Herculano Borges(PSC) e Lídio Lopes(PSC).
Os transexuais são uma minoria dentro da sociedade. Ao invés de oprimir-lhes e tratá-las como párias, deve-se lutar para conquistar direitos e denunciar opressores. É um grupo que tem direito a autonomia e sua existência precisa ser não apenas reconhecida, mas suas necessidade específicas devem ser atendidas.
Os vereadores do PSC defendem que a política deve ser vigiada pela moral. Mas gostaria de saber que moral é essa que relega os transexuais à prostituição? Que moral é essa que decide decretar a sua organização política e social de representação à ilegalidade? É, por acaso, a moral de novos cruzados? Ou, quem sabe, é mais uma variedade da espécie de moral retórica dos políticos corruptos profissionais?
Por último, nas palavras de Carlos Trapp, “reafirmo que o homossexual não é feliz; pode até ter momentos de felicidade, mas não que seja algo constante”. É claro que os gays, lésbicas e transexuais não podem ser felizes em nossa sociedade se lhes são negados direitos básicos como casar, constituir família, ter empregos formais, ser tratado com respeito e ser representado politicamente.
Olegário da Costa
De Campo Grande – Mato Grosso do Sul
Em matéria do Correio do Estado de 17 de dezembro de 2008, relata-se um bate-boca que houve na Câmara Municipal ontem entre vereadores evangélicos e católicos, de um lado, e movimentos sociais, do outro. Em pauta estava o projeto de lei de autoria do Vereador Athayde Nery do PMDB que visa declarar a Associação dos Travestis de Mato Grosso do Sul como instituição de utilidade pública municipal. O projeto já fora apresentado em 2006, mas foi rejeitado por maioria da Câmara. Novamente apresentado em 2007, tramita ainda sem perspectivas de um amplo debate com a sociedade.
Representantes da ATMS e de outros movimentos sociais se concentraram na Câmara para acompanhar a votação. A votação sobre o projeto foi adiada para o final da sessão. Finalmente, o vereador Pastor Sérgio(PMDB) pediu vistas ao processo, visando impedir a votação do mesmo. O autor do projeto de lei denunciou o estratagema, declarando que o pedido de vistas estava “carregado de intolerância e discriminação”. Com a troca de acusações e bate-boca, a mesa diretora da Câmara encerrou a sessão, afinal, se tem uma coisa que parlamentar tem medo é de agitação popular.
O caso dá mostras da opressão com que a sociedade burguesa trata as minorias, em particular, os travestis. Segundo artigo de Carlos Trapp(PSC) (http://www.ultimahoranews.com/not_ler.asp?codigo=64282 ), presidente do Grupo Evangélico de Ação Política, e um dos vereadores opositores ao projeto, o homossexualismo nada mais é do que “perversão sexual”. Além disso, o senhor Carlos Trapp é veemente opositor ao aborto. Ele não é o único parlamentar evangélico opositor ao projeto, há os vereadores Herculano Borges(PSC) e Lídio Lopes(PSC).
Os transexuais são uma minoria dentro da sociedade. Ao invés de oprimir-lhes e tratá-las como párias, deve-se lutar para conquistar direitos e denunciar opressores. É um grupo que tem direito a autonomia e sua existência precisa ser não apenas reconhecida, mas suas necessidade específicas devem ser atendidas.
Os vereadores do PSC defendem que a política deve ser vigiada pela moral. Mas gostaria de saber que moral é essa que relega os transexuais à prostituição? Que moral é essa que decide decretar a sua organização política e social de representação à ilegalidade? É, por acaso, a moral de novos cruzados? Ou, quem sabe, é mais uma variedade da espécie de moral retórica dos políticos corruptos profissionais?
Por último, nas palavras de Carlos Trapp, “reafirmo que o homossexual não é feliz; pode até ter momentos de felicidade, mas não que seja algo constante”. É claro que os gays, lésbicas e transexuais não podem ser felizes em nossa sociedade se lhes são negados direitos básicos como casar, constituir família, ter empregos formais, ser tratado com respeito e ser representado politicamente.
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