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Inteligência DESumana

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Certo dia, um grupo de professores decidiu se reunir na mesa do bar após o expediente exaustivo de aulas, reuniões e documentos a preencher. Marcaram em um bar próximo à escola. Um a um foram chegando e ocupando uma das mesas, a mais escura, localizada com uma vista privilegiada do salão.  _Essa é a melhor mesa. Dá para ver todo o salão daqui... - disse uma professora. _E sem ser visto, né? Não tem coisa mais chata do que encontrar estudante ou pais no bar - completou outro. _Paz longe dos pais... remendou o piadista da turma. Todos se entreolharam e caíram na gargalhada. _E quando será o próximo feriado? - indagou uma das professoras, com cara de exaustão. _O último foi mês passado. Não emendou. Mas acho que o próximo é... _O próximo é daqui dois meses! - respondeu outra. _Nossa! Muito tempo. O jeito é beber e sonhar com as férias - remendou o piadista novamente. Nova rodada de gargalhadas, menos intensa dessa vez, acompanhada de um discreto brinde com chopp. _E aí? Vamos pedir al...

O jogo da morte?

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Estava a refletir sobre aquele famoso jogo de tabuleiro, o Jogo da Vida. Criado pelo magnata Milton Bradley, ele promove a associação entre moral e sucesso nos negócios. Definitivamente, não é meu tipo de jogo. Mas, pensando na metáfora do jogo e no desafio de viver de forma saudável em um sistema cada vez mais doente, acho que vou lançar um novo jogo: o Jogo da Morte. Explico melhor a ideia. Passamos boa parte de nossa vida tentando construir hábitos saudáveis. Na infância e adolescência, aprendemos a escovar os dentes, a comer salada e a fazer refeições regulares, a dormir na hora certa. Fazemos isso por obrigação, porque nossos pais dizem que é para fazer. Mas, quando adultos, descobrimos que agora o desafio é ainda maior, pois nós temos a maturidade (será?) para decidir por nós mesmos que é melhor comer salada agora do que a "santíssima" trindade - um X, batata frita e aquele tentador copo recarregável de refrigerante.  Ou então que é melhor parar de mexer no celular e le...

Meu livro Baile de Máscaras

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 Olá! Em 2023, publiquei meu primeiro livro de poesia, Baile de Máscaras. Ele tem cerca de 60 poemas sobre diversas temáticas, como a busca fantasmagórica pela identidade, a descoberta sensual do mundo e uma boa dose de crítica social. Ele pode ser adquirido pelo site da Editora Insular ou através do Mercado Livre . Nesse vídeo, dou uma palinha do livro.

A primeira entrevista a gente nunca esquece

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Tomando a liberdade de quase usar expressão bem popular, gostaria de compartilhar aqui um momento bacana para mim. Ontem, fui entrevistado pela primeira vez. Acho que todo mundo deveria ser entrevistado pelo menos uma vez na vida. Afinal, é uma experiência pedagógica, pois nos ensina a refletir sobre o que temos realmente a falar. Eu confesso que achei que ficaria mais nervoso, mas acredito que o mérito, nesse caso, é das oficinas de teatro que estou fazendo. Fica aí o link da entrevista. Apareço mais para o final, após a querida Dáfini Lisboa, presidente da UBE-MS.  https://www.youtube.com/watch?v=bFg6EQWrdss

Poema: Quando nada importa mais

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Quando nada importa mais Olegario da Costa Maya Neto Queria ser muitos para Fazer tudo que importa Fazer tudo sem olvidar Nada, pois tudo importa A roupa por lavar, os livros Por ler, a tese por escrever, O concurso por fazer, as provas Por corrigir. Tudo importa Nada importa diante do convite Aberto pelo poema por escrever A rua por tomar Contemplo a calma antes Da tempestade e deixo tudo Que importa por algo que importa Ainda mais agora: escrever Minha própria história Foto: APG UFSC Palavras-chave: poema; 15M; #emdefesadaeducacao; #contraoscortes

Reduzir custos para aumentar lucros, mesmo que custem vidas

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O rompimento da barragem em Mariana, em 2015, foi retratado por muitos jornais como uma "tragédia", ou um dos piores "acidentes" da história no Brasil. Engenheiros e advogados alertaram para a necessidade de maior fiscalização e de uma legislação mais rigorosa para a construção de barragens para fins de mineração. Porém, a poeira baixou e, pouco tempo depois, só se falava novamente sobre as ações (em alta) da Vale. Agora, em 2019, após o desastre ainda maior em Brumadinho, fico me perguntando o quê de "acidental" realmente houve nos dois eventos... Tenho lido muitos artigos a respeito do rompimento da barragem em Brumadinho e o tom em muitas matérias é de que esse é o canto do galo, o "eu te avisei" que ia dar M... Para além da hipocrisia, à medida que temos acesso a certas informações, fica claro que muito pouco foi feito concretamente para exigir das corporações mineradoras melhores projetos, mais manutenção, treinamento da população, entr...

Espectros que nos assombram

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Acabei de ler um artigo muito apropriado de Juan Arias entitulado " Marielle assombra Flávio Bolsonaro mais morta do que viva ". Arias avalia as reviravoltas do caso Flávio Bolsonaro com a recente denúncia de que o  então deputado empregava em seu gabinete a mulher a e filha do suposto assassino de Marielle Franco, o ex-capitão do BOPE (e atualmente foragido) Adriano Magalhães da Nóbrega. Adriano é apontado pelas investigações como um dos cabeças da milícia Escritório do Crime, um dos mais poderosos do Rio. Marielle, além de mulher, negra, lésbica e socialista, havia estudado a questão da segurança pública no Rio em seu mestrado  e enfrentava as milícias enquanto vereadora. Arias está certíssimo na proposição do título de seu artigo, mas gostaria de complementar que Marielle não assombra apenas Flávio Bolsonaro (e a quem votou no clã), mas que a imagem dela, que clama por justiça do além, assombra a todos nós. Afinal, o Brasil é campeão de assassinatos de lideranças de m...